sábado, 30 de abril de 2011

Fime que retrata a vida e obra de Camões


      O filme "Camões", foi realizado por José Leitão de Barros e em 1946 concorreu à primeira edição do Festival de Cinema de Cannes. Neste filme contamos coma presença de grandes actores, como Eunice Munõz, Vasco Santana, José Amaro e António Vilar que representa o grande poeta Luís Vaz de Camões. Este filme retrata-nos a vida e obra de Camões, assim como todos os seus feitos gloriosos.

O Humor em Camões

À dama que lhe chamou «diabo»

Não posso chegar ao cabo
De tamanho desarranjo
Que sendo vós, Senhora, anjo,
Vos queira tanto o diabo.
Dais manifesto sinal
De minha muita firmeza,
Que os diabos querem mal
Aos anjos, por natureza.

       Luís de Camões

Como é bom lembrar Camões

A leitura dos lusíadas
Do moço rei, defronte, esbelto e cavaleiro
Camões recita; a corte, silenciosa,
Ante a rubra explosão do cântico guerreiro,
Admira essa Epopeia enorme e prodigiosa.

«…Ruge a eléctrica voz do Adamastor furiosa;
Nas amuradas canta o alegre marinheiro;
Do Oceano à flor cintila a esteira luminosa
Dos pesados galeões do Gama aventureiro.

Terra! Grita o gajeiro; e à praia melindana
Desce doida e febrir a gente lusitana.Desfraldam os pendões ao claro céu do Oriente…»

Da glória ante o esplendor o olhar de El-Rei fulgura;
O Câmara, no entanto, alma sombria e escura,
No rei os olhos crava, e ri finalmente.
    
Gonçalves Crespo – Nocturnos



Ser Camões

Ser Camões é navegar sem rumo certo
É descrever o que nos vai na alma
É esperar o incerto.

É dizer o que não dizemos
É mostrar o que não mostramos
É dar asas à nossa vida
É escrever o que quisermos.

Ser Camões é  dizer o que sentimos 
É dar voo à imaginação
É correr sem fronteiras
É escrever o que nos vai no coração.

É voar sem destino
É voar livremente
É ter o coração nas mãos
É sonhar apaixonadamente.

Autoria dos alunos da nossa turma 

Os Lusíadas Contados às Crianças e Lembrados ao Povo

      Com este livro vai ser mais fácil comprender e interpretar melhor a verdadeira Epopeia sobre os feitos portugueses, Os Lusíadas.

Título: Os Lusíadas Contados às Crianças e Lembrados ao Povo 
Adaptação: João de Barros
Ilustrador: Martins Barata
Editora: Sá da Costa Editora
Comentário:
      Este livro relata as viagens e os descobrimentos do povo Lusitano. Nesta viagem à Índia como em outras, os portugueses sofreram muitas tormentas e dissabores, não desistindo da viagem por ser um povo corajoso e destemido.
       Achamos “Os Lusíadas Contados às Crianças E Lembrados ao Povo”, uma obra talentosa e muito interessante. Pois não é uma obra qualquer, mas sim uma obra que conta os feitos e prodígios dos nossos marinheiros. Os Lusíadas são a Bíblia do Povo e João de Barros ao adaptar este livro está a torná-lo mais acessível a todos, principalmente às crianças.  
      Nós gostamos da forma como a história foi contada, pondo sempre o povo português em destaque, enaltecendo-o por ser um povo grandioso e aventureiro. Embora achassemos a parte da descrição da História de Portugal, mais difícil de ler. 
      Luís Vaz de Camões foi um valente soldado e grande patriota, também grande poeta, que escreveu os feitos dos Lusitanos em soneto.

Ilustração inspirada no livro, Lusíadas Contados às Crianças e Lembrados ao Povo 

Lírica Camoniana

      O tema do amor está presente em toda a poesia camoniana, na lírica e na épica. Camões amou muito e desde muito cedo sempre: “ Bebi o veneno amoroso de menino” – confessa ele. Para Camões, o amor é o princípio da existência, a força capaz de sublimar o mundo, o impulso vital necessário à projecção para além de si próprio.

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões



Busque Amor novas artes, novo engenho

Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

                        Luís de Camões          


Eu cantarei de amor tão docemente

Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.

                    Luís de Camões

Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

 Luís de Camões           

A grande Epopeia, Os Lusíadas

      O poema Os Lusíadas está distribuído em dez cantos em oitavas de verbos decassílabos. O seu conteúdo centra-se na viagem de Vasco da Gama de 1497-1498 a qual serve de pretexto para a apresentação da história de Portugal. A acção é embelezada com o frequente recurso à mitologia greco-romana.
      Os Lusíadas, além de ser considerado um dos mais notáveis poemas em língua portuguesa, é também a personificação do povo português e a glorificação dos seus feitos.

Primeira edição de os Lusíadas, em 1572

Biografia de Camões

Luís Vaz de Camões

      Luís Vaz de Camões nasceu em 1525, frequentou a corte de D. João III, antes de partir para Ceuta. Viajou por todo o oriente, acabando por sofreu um naufrágio na foz do rio Mecong, salvando-se a si e ao seu manuscrito, Os Lusíadas. Morre “com a pátria”, depois do desastre de Alcácer Quibir, em 10 de Junho de 1580 e por esse facto todos os anos, nesse mesmo dia é comemorado o Dia de Portugal, de Camões e das comunidades Portuguesas.