Do moço rei, defronte, esbelto e cavaleiro
Camões recita; a corte, silenciosa,
Ante a rubra explosão do cântico guerreiro,
Admira essa Epopeia enorme e prodigiosa.
«…Ruge a eléctrica voz do Adamastor furiosa;
Nas amuradas canta o alegre marinheiro;
Do Oceano à flor cintila a esteira luminosa
Dos pesados galeões do Gama aventureiro.
Terra! Grita o gajeiro; e à praia melindana
Desce doida e febrir a gente lusitana.Desfraldam os pendões ao claro céu do Oriente…»
Da glória ante o esplendor o olhar de El-Rei fulgura;
Da glória ante o esplendor o olhar de El-Rei fulgura;
O Câmara, no entanto, alma sombria e escura,
No rei os olhos crava, e ri finalmente.
Gonçalves Crespo – Nocturnos
Ser Camões
Ser Camões é navegar sem rumo certo
É descrever o que nos vai na alma
É esperar o incerto.
É dizer o que não dizemos
É mostrar o que não mostramos
É dar asas à nossa vida
É escrever o que quisermos.
Ser Camões é dizer o que sentimos
É dar voo à imaginação
É correr sem fronteiras
É escrever o que nos vai no coração.
É voar sem destino
É voar livremente
É ter o coração nas mãos
É sonhar apaixonadamente.
Autoria dos alunos da nossa turma
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